quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dragon Hunter

            Skjor era de um mundo que para nós parece estranho, mas existe mesmo. Ele é um planeta de outra galáxia chamado Skyrim. Lá existem ogros, trolls, gigantes, animais híbridos, nórdicos, elfos, mamutes, dragões, etc.
Skjor já morreu, e foi em combate. Um dragão de gelo atacou Whiterun, um pequeno vilarejo, que casualmente, era onde Skjor morava. O vilarejo era rodeado por montanhas, mas nada que impedisse o dragão de atacá-los. Ele era um dragão macho, um dos lideres da região.
Por sorte do pessoal do vilarejo, eles tinham magos de batalha muito bem equipados, um deles era Skjor, um veterano caçador de dragões. Ele já sobreviveu a várias batalhas contra dragões e gigantes, mas nunca ele havia enfrentado um dragão de gelo. Essa foi a sua primeira e última vez. O que os guardas de Whiterun, Skjor e os Templários (grupo de guerreiros do vilarejo) não sabiam era que era uma nova batalha por disputa de território.
Eram gigantes, arqueiros, o dragão, trolls, e Aela, que neste momento se revela como a traidora dos Templários. Skjor ficou chocado:
− Aela? Por quê?
− Eu não agüentava mais aquela coisa de só ser mandada, e mandada!
− Mas eu deixava você fazer o que quisesse! Não entendo o porquê!
− Agora já errei, já está feito...
− Nós seremos obrigados a atacar você! Mas não queremos... Arqueiros!
− Se é assim, ATACAR!
Quem começou a matança foram os trolls e os gigantes, mas os arqueiros tomaram conta desse problema. Agora eles deviam tomar conta dos arqueiros inimigos.
Skjor foi para a torre mais alta e começou a atacar Aela com seu arco, mas ela resistiu bravamente em cima de seu dragão, e ainda revidou tentando congelar Skjor.
O bravo vilarejo de Whiterun estava resistindo bravamente ao ataque surpresa, até que sobrou somente o dragão de gelo. Skjor e seus únicos três arqueiros restantes estavam atacando intensamente o dragão que dava rasantes muito ameaçadores. Até que um último rasante quase decepou sua cabeça, mas graças aos arqueiros, quando Aela iria dar outro rasante, o dragão foi morto, mas infelizmente, em sua queda, Skjor acabou ficando em baixo dele, sendo sufocado até morrer.
O povoado valente agradeceu a ele e ao mesmo tempo quando choravam de alegria por terem resistido, choravam de tristeza por causa de seu maior herói falecido em campo de batalha.
Morreu como um verdadeiro e histórico herói, tanto que fizeram uma estátua em sua homenagem.
Sua família ficou sem base alguma. Pelo menos, ele havia deixado um único herdeiro de sua valentia, Mahrkov. Uma nova história iria se fazer concreta...

                                                                (Estória baseada no jogo "The Elder Scrolls V - Skyrim")



                         

terça-feira, 8 de maio de 2012

O Homem cuja orelha cresceu


                                                     
Estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço, eram 11 da noite, estava fazendo hora extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos, ganhava pouco, reorçava com extras. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão. Deviam ter uns dez centímetros. Eram moles, como de cachorros. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam à cintura. Finas, compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O armário de material também. O melhor era correr para a pensão, se fechar antes que não pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorado, iria mostrar o que estava acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. Colegas, não amigos. Ele abriu a camisa, enfiou as orelhas para dentro. Enrolou uma toalha na cabeça, como se estivesse machucado.
Quando chegou na pensão, a orelha saia pela perna da calça. O escriturário tirou a roupa. Deitou-se, louco para dormir e esquecer. E se fosse ao médico? Um otorrinolaringologista. A esta hora da noite? Olhava o forro branco. Incapaz de pensar, dormiu de desespero.
Ao acordar sentiu que sua orelha estava mais leve, com medo de chegar na frente do espelho e perceber que era apenas ilusão, levou as mãos devagar até a orelha.
Ao encostar notou que elas estavam pequeninas novamente, mas o que aconteceu na noite passada?
Essa pergunta não saía mais de sua cabeça. E se acontecesse novamente, o que iria fazer pra evitar?!
Seguiu para o seu trabalho, sempre com as mãos na orelha, desconfiado de que qualquer momento elas cresceriam absurdamente rápido.
O dia passou e ele continuou sempre com as mãos na orelha para ver se tudo estava do seu devido tamanho. Chegou a noite, todos foram embora e  ele ficou fazendo sua habitual hora extra.
Concentrado como nunca, sentiu novamente o peso na orelha e quando foi ao banheiro, notou que novamente elas estavam crescendo. Notou que isso só acontecia à noite, mas por quê?!
Ao passar os dias, assustado com todos os últimos acontecimentos, ele procurou um médico e fez diversos exames para saber o que estava acontecendo.
O médico chegou a conclusão que os remédios faixa-preta, que ele estava tomando no final do dia, estavam deixando-o com alucinações fortes. Trocando os remédios e mantendo-se de repouso alguns dias o deixou muito mais calmo, tranquilo, não precisando mais tomar remédios fortes, assim não levou mais sustos com sua “enorme orelha”                 
                                                               Os melhores contos de Ignácio de Loyola Brandão
                                                              Adaptação: Michelle S. da Silveira


                                 
                                     Quase Vi o Pôr-do-Sol
         



        
   Ricardo espera Raquel para uma visita. 
  Ela é uma mulher bem arrumada, rica,  já ele é pobre e desleixado.
  Ela  chega logo e diz:
 -Oi, quanto tempo!
Ricado quer mostrar a ela um local especial.
-Vamos, eu sei um lugar perfeito e ainda por cima é super romântico!
 -Onde é?
Os dois vão caminhando em direção ao cemitério e Raquel diz:
-Nossa, que cemitério gigante!
-Ele está abandonado há tempos!
-Percebe-se.
-Você me lembra a minha prima? Você tem olhos verdes iguais aos dela! Ah que saudade da minha priminha!
-Ela já morreu?
-Aos 15 anos de idade. Minha mãe também já morreu.
-Sinto muito!
Eles atravessam o enorme cemitério até o final.
Bom, Raquel, é aqui onde minha mãe e minha priminha foram enterradas.
Eles entram na capela, e Raquel reclama do frio, e diz que não gosta de cemitérios.
-É lá em baixo-diz o Ricardo.
Era uma escada caracol, tomada por teias de aranha.
-Não gosto daqui! Ricardo, vamos voltar.
-Calma, olhe ali, é a gaveta da minha prima.
Raquel começa a ler em voz alta.
-Maria Camila, nascida em 20 de maio de 1800, falecida em...-Silêncio eterno.
Raquel diz:
-MENTIROSO!
Não tinha ninguém na sala.
-Tchau, RA-QUEL.
-Como assim? Quero sair.
-Você gostou dessa brincadeira?
-Não!
-Fui.
-Ricardo, você é doente!
Raquel permaneceu  presa, acabou falecendo. Passaram quatorze anos. 
Ricardo, que já havia se esquecido de Raquel, estava em casa quando uma moça chegou lá e disse.
-Oi, quer passear?
-Claro!
Os dois saíram e ela escolheu levá-lo numa floresta para  ver o pôr-do-sol. Ele aceitou.
-Vamos, mais rápido!
A moça lembrava a mãe de Raquel.
-Você  é familiar!
-Que legal!
Logo a moça olhou para frente e viu uma senhora, que a conheceu.
-Oi.
_Oi.
Silêncio.
A moça foi voltando pra casa e o deixou  com a velha.
-Como é o seu nome, senhora ?
A velha  ficou em silêncio. Só puxou Ricardo pra fora da floresta e o levou para o cemitério. Chegaram no mesmo lugar onde Raquel havia morrido, ele disse:
-Pra que vir aqui? Hein?
-Venha, só quero te mostrar uma coisa.
- O quê?
-Um pôr-do-sol que eu não vejo há quatorze anos.
-Nossa por que tanto tempo?
-Porque faz quatorze anos  que você me matou- disse a velha trancando-os lá dentro.
-Não! Você não pode ser a Ra....
-Sim! Eu posso e eu sou!
-Não- diz ele chorando.
E lá fora, crianças ao longe brincavam de roda.

Conto de  Lygia Fagundes Telles - "Venha Ver o Pôr-do-Sol"
Adaptado por Thayná Dias Johann



segunda-feira, 7 de maio de 2012



A vida de um homem normal
Uma noite, voltando de metro para casa, como fazia cinco vezes por semana, onze meses por ano ele ouviu uma voz. Estava exausto, com o nó da gravata solto no pescoço o colarinho desabotoado, a cabeça jogada para trás o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos. De repente antes mesmo de poder perceber a interrupção, a música que vinha ouvindo cessou sem explicações e, ao cabo de um breve silêncio, no lugar dela surgiu uma voz que não sabia nem como nem de quem nem de onde.
E essa voz dizia:
-Quando você vai perceber que eu não estou aqui só para servir como um ‘enfeite’ de parede?
Ao ouvir isso ele abriu os olhos rapidamente e viu passar na frente dele uma menina usando muletas, parafusos na perna e um sorriso no rosto, como aquilo fazia sentido? Ele se lembrou então de quando era pequeno e quebrou o braço, da dor, do médico, do gesso, das assinaturas, pensou no quanto fez a diferença a sua mãe que na época estava em depressão, por conta da separação, ter arranjado forças que ele não sabia de onde para o ajudar.
Nesse instante, veio-lhe à mente a filha, que naquele mês não vinha ganhando muita atenção do pai por conta do trabalho, mas que aparecia para dar um abraço exatamente na hora certa.
         Lembrou-se de quando se salvou de pegar o voo em que o avião, minutos depois da decolagem, caiu sem sobreviventes. Nesse instante abriu um sorriso bem grande, não conseguiu, por mais que quisesse segurar.
Nisso, ele olhou para o lado e viu uma velhinha rezando, agora tudo fazia sentido. E uma lágrima desceu por seu rosto como em uma ladeira sem fim.
            Conto de Bernardo Carvalho.In:Contos
Adaptação: Thaís Bauer Gomes  

O Faxineiro

Ele se encontrava sobre a estreita da marquise do 18º andar. Tinha pulado ali a fim de limpar pelo lado externo as vidraças das salas vazias do conjunto 1801\5, a serem ocupadas em breve por uma firma de engenharia. Ele era o empregado recém contratado da Panamericana-Serviços gerais, o ato de haver se sentado a beira da marquise com as pernas balançando, se devia simplesmente a uma pausa para fumar a metade de cigarro que trouxera no bolso. Ele não queria desperdiçar este prazer misturando-o com o trabalho.
        Quando viu o ajuntamento de pessoas lá em baixo, apontando mais ou menos em sua direção, não lhe passou pela cabeça que realmente pudesse ser ele o centro das atenções.
       Continuou a então a fumar sem preocupação nenhuma, até que avistou em meio a multidão seu suposto chefe. Ele então desamarrou os elementos de segurança. E pensou consigo: ‘O que será que aquele monte de “formigas cigarras” faziam ali? Por que ao invés de ficarem ali apontando para ele não faziam outra coisa? ’ E continuou lavando a janela, quase oprimido.
      As formigas estavam preparadas para que acontecesse o pior a seu respeito. Estava se sentindo um doce que não podia se desprender.
      Amarrou os elementos de segurança, já não tão mais seguros. O chefe o observava atento, ele suava frio, ‘mas não deveria estar contente?’ dizia a ele o seu reflexo na janela e penetrava fazendo arder seus olhos azuis, ultra sensíveis.
      As formigas já haviam sumido, agora se transformaram em seres rastejantes, o medo de cair correu em suas veias fazendo-o ficar com as emoções a flor da pele.
    Segundos interiores, ou não se passaram, ele se desprendeu aliviado e pulou janela adentro o que o fez rasgar um pedaço da calça. Chegou a formiga mestre e só então descobriu o porquê do formigueiro, se despediu e nunca mais voltou.

Texto de Sérgio Santana.In:ItaloMoriconi
Adaptação: Thaís Bauer Gomes

sábado, 5 de maio de 2012


 Continuação do Conto de Bernardo Carvalho.



                                             A vida de um homem normal



























Uma noite, voltando de metrô para casa, como fazia cinco vezes por semana, onze meses por ano, ele ouviu uma voz. Estava exausto, com o nó da gravata frouxo no pescoço, o colarinho desabotoado, a cabeça jogada para trás, o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos. De repente, antes mesmo de poder perceber a interrupção, a música que vinha ouvindo cessou sem explicações e, ao cabo de um breve silêncio, no lugar dela surgiu uma voz que ele não sabia nem como, nem de quem, nem de onde.

            Ele olhou  para o lado  e havia uma mulher ruiva, com olhos castanhos, tinha uma aparência nova, ou como ele pensava, mais nova que ele. Ela o olhava  como se estivesse esperando a resposta de alguma pergunta que ela havia feito.
- Você não vai me responder.- Ela falou rapidamente como se não tivesse tempo, mas faltava muito tempo para o trem, parar na próxima estação, ele não sabia se falava com ela ou não mais. Ele ficava olhando-a, e queria responder, mas não sabia que pergunta, então(como ia responder¿) ele não queria pedir pra ela falar de novo, então  continuou em silêncio, e foi escutar música novamente quando ele percebeu a mulher continuava olhando para ele.Ele desligou o fone.

- O que você quer?-disse angustiado.
Quando ele virou para olhar para ela, pra saber o que ela queria, não havia mais ninguém ao seu lado.

                                                                                                            Raíssa C. Schwantes.

                             (Bernardo Carvalho. In:Contos.São Paulo:Campanhia das Letras,2003.p.11.)